

Negros e Alvos é um texto teatral inovador. Sua dramaturgia mescla conceitos de Samuel Becket, Nelson Rodrigues e Eugênio Barba, numa trama envolvente, tensa e, ao mesmo tempo, divertida. Monahyr Campos, o autor, tem o grande mérito de abordar a temática do racismo pelo viés psicológico, aprofundando o olhar sobre os estragos causados pela discriminação racial sobre a psiquê, mesmo daqueles que conseguem à duras penas, ascender socialmente.
Negros e Alvos
A exceção não pode servir de exemplo


O Livro



Negros e Alvos propõe a redescoberta do negro, valorizado como humano. Valoriza sua cultural ancestral, sem o papel do primitivo exótico. É um texto que busca evitar a narrativa convencional que enfatiza a vulnerabilidade da condição sócio-econômica prévia do personagem central ou os obstáculos que teve de enfrentar, mas sem deixar de expor estas e todas as demais feridas. Grita contra a desigualdade sem cair no lugar comum das narrativas do herói brasileiro pobre que fez milagres.
É o caso de Benedito Ferro, que através de diálogos cortantes e precisos, além de curtos monólogos viscerais, nos mostra as dores mais angustiantes de quem vivencia cotidianamente a zona de exclusão destinada àqueles que deveriam saber seu lugar. Em situações repletas de poesia e ironia, conduz o leitor a produzir um riso nervoso, relaxando logo em seguida, numa alternância que só é interrompida quando experimenta a empatia, êxtase pleno de todo amante da arte.
Negros e Alvos: a exceção não pode servir para exemplo
Autor: Monahyr Campos
Editora Giostri
Ilustração: Lais Oliveira
86 páginas

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